Os desembargadores da 1ª Câmara Criminal, por unanimidade, negaram provimento à apelação interposta por V.P. da S. contra a sentença que o condenou a seis meses de detenção, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de 10 dias-multa, bem como à suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor, pelo prazo de dois meses, pela prática do crime de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa.
Consta nos autos que em setembro de 2014, por volta das 11 horas, na estrada Irmãos Forte, próximo da rodovia BR-262, na cidade de Anastácio, V.P. da S. envolveu-se em um acidente automobilístico e policiais militares foram acionados para atender a ocorrência.
Chegando ao local, os policiais verificaram que V.P. da S. conduzia o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão de álcool, ficando constatado por meio de teste de alcoolemia, que apontou o resultado de 0,38 mg/l, um número muito superior ao que é permitido pela lei, razão pela qual foi preso em flagrante.
Para o apelante, os fatos descritos na denúncia são escassos do ponto de vista fático e legal para embasar a decisão condenatória, visto não existirem provas cabais de seu suposto estado de embriaguez, assim, busca absolvição por atipicidade da conduta, ante o ínfimo prejuízo causado, ou pela inexistência de estado de embriaguez.
Para o relator do processo, Des. Geraldo de Almeida Santiago, basta a condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada para a caracterização do delito, crime que ficou demonstrado por meio do auto de prisão em flagrante, auto de exibição e apreensão, e teste de etilômetro, quando se constatou o estado de embriaguez do apelante, considerando que o índice de álcool por litro de ar alveolar de 0,38 mg/l é muito acima do permitido.
Além disso, depoimentos de testemunhas que estavam no local, bem como do próprio apelante, confirmam que este, antes do acidente, havia ingerido bebida alcoólica, ficando comprovada a autoria delitiva.
O desembargador afastou a tese apontada pela defesa, seja por ausência de provas do estado de embriaguez, seja em razão do ínfimo abalo ao bem jurídico, tendo em vista que o crime de embriaguez ao volante é de perigo abstrato e não se exige a efetiva demonstração de prejuízo ao bem tutelado.
“Diante do exposto, com o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, conheço do presente recurso e nego provimento. Porém, de ofício, reduzo a pena de suspensão da habilitação para dirigir para o mínimo legal, de dois meses, nos termos do art. 293, do Código de Trânsito Brasileiro”.
Processo nº 0001587-03.2014.8.12.0052
Fonte: Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul
Fonte: TJMS